Saúde Mental: As singularidades nas formas de sentir

Por Sérgio Manoel Dias da Silva, Psicólogo clínico. CRP 02/26645

O mês de janeiro faz referência ao tema de Saúde Mental.

A complexidade em abordar esse tema reside na tentativa de generalizar uma aplicação que é, na verdade, muito singular. Isso porque nós somos afetados de forma diferente pelas coisas. Logo, aquilo que é uma fonte de ansiedade, medo, estresse etc., para uma pessoa não necessariamente será para outra.

A forma como reagimos é determinada por uma combinação de fatores internos, ambientais, históricos, familiares, sociais, entre outros. Tudo isso se combina e vai definir as diferenças de como cada pessoa vivencia cada momento.

Saber disso, já aponta um caminho de como devemos enxergar a Saúde mental, ou seja, ela não existe sem uma reflexão pessoal sobre ‘por que’ ‘como’ e ‘quanto’ somos afetados pelas coisas.

E esse exercício de reflexão tem sido cada vez mais difícil numa sociedade
carregada de informações, com uma rotina carregada de tarefas e as pessoas cada vez mais cansadas. “A Sociedade do Cansaço” como afirma Byung-Chul Han em seu livro com esse título, em que alerta sobre como isso pode levar a formas de adoecimento psíquico.

Sair dessa armadilha e refletir sobre o que sentimos e por que sentimos pode abrir caminhos para possibilidades que nos ajudem a tomar melhores decisões.

Isso, inclusive, é um dos caminhos que o processo de Psicoterapia oferece: Refletir
melhor sobre o que nos faz sofrer e pensar em relações mais saudáveis consigo mesmo, com o mundo, com as coisas e com os outros. Dessa forma, desfrutar de relações que não nos levem ao adoecimento.

Referência
Han, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Rio de Janeiro, Vozes: 2015